Christopher Bennett

És ...

 És qual cantiga de ninar 
a um sepulcral descanso;

 O sopro frio de inverno
em secas folhas de outono ...


 És do jardim da solidão,
pétala e caíra ...

 Assim pálida de adeus,
de abismos esculpida!


  És raio de sombra de um sonho
e não se sonha em trevas;

 Qual descarnado abraço 
o amor desaconchegas-me ...


 És ao jardim de ossos
poesia de epitáfios

 Pútrido coração 
e deformada paixão não igualo ...


 És a beijos de distância
folha a fio levada

 Íris cadente alinhada 
a luar em febril lábio ...

 

 És das lágrimas mais puras,
desnuda não cairá

 Comum brinde de corpos 
por tênue sopro de amar! ...