Peregrino Sombrio

Eduarda Figueiredo


Aviso de ausência de Eduarda Figueiredo
NO


Chega à tua casa e ouve a saudação do Silêncio:

Ninguém há que entre risos e brilho no olhar venha te receber.

Come em quietude teu prato, teu quinhão:

Ninguém há que se sente ao teu lado para te servir. 

Contempla as estrelas e mergulha no vazio profundo do céu:

Ninguém há que pegue tua mão e te guie na imensidão.

Veste teu casaco, apanha teu guarda-chuva, sai do teu abrigo:

Ninguém há que na chuva possa lhe seguir alegremente os passos.

Procura um lugar de onde possas avistar as longínquas luzes da cidade:

Ninguém há que de amor lhe venha falar.

Segue tua vida solitária, ó peregrino sombrio, buscando alguém 

que venha a te amar e assim lhe faça viver.  

  • Autor: Lee Soowan (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de janeiro de 2022 04:16
  • Comentário do autor sobre o poema: Dias de chuva geralmente me deixam mais triste que o normal. Este poema é resultado de uma madrugada insone e chuvosa, mergulhada num silêncio profundo, com latidos de cães solitários que ecoam nas ruas vazias. Espero que gostem.
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 4
Comentários +

Comentários1

  • Elfrans Silva

    Gostei poeta. Os ruidos podem querer nos dizer alguma coisa. A chuva é tudo que temos, muitas vezes. As ausências são fortes presenças outras centenas de vezes. Tem dia que de noite é assim rsrsrs. Abraços



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