Chega à tua casa e ouve a saudação do Silêncio:
Ninguém há que entre risos e brilho no olhar venha te receber.
Come em quietude teu prato, teu quinhão:
Ninguém há que se sente ao teu lado para te servir.
Contempla as estrelas e mergulha no vazio profundo do céu:
Ninguém há que pegue tua mão e te guie na imensidão.
Veste teu casaco, apanha teu guarda-chuva, sai do teu abrigo:
Ninguém há que na chuva possa lhe seguir alegremente os passos.
Procura um lugar de onde possas avistar as longínquas luzes da cidade:
Ninguém há que de amor lhe venha falar.
Segue tua vida solitária, ó peregrino sombrio, buscando alguém
que venha a te amar e assim lhe faça viver.