São sons

gil miranda

São sons em instrumentos de corda.

Qualquer toque na corda, ressoa.

O dedo não persiste na corda

Mas persiste o som que ecoa.

 

Caso, tortuosa melodia,

O fio, não apreciar ao toque.

Resulta maldita harmonia.

Quão justa aflição o sufoque.

 

Se sente prazer a corda tocar

Por incompreensível motivo,

Ver-te-ão pelos ouvidos sangrar

Num maldito concerto, cativo.

 

Foi isso, pela árvore, dito,

Cujas folhagens ao céu chegavam.

Pois, a ela, me fiz ser ouvido.

Que emoções me amofinavam.

 

A grande árvore me exorta:

Não reviva o que traz lamentos.

Quanta perturbação tu acorda

Por não saber como sentimentos…

 

São sons em instrumentos de corda.

Qualquer toque na corda, ressoa.

O dedo não persiste na corda

Mas persiste o som que ecoa.

 

 

Miranda, Gilberto. Rio de janeiro, 10 de maio de 2020. 23h04min.

  • Autor: gil miranda (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de janeiro de 2022 05:44
  • Comentário do autor sobre o poema: Sobre sentimentos.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 4


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