HUMANISMO E LEGALISMO

Marcelo Veloso

 

Quem alega o que é legal,

pela raiva ou pela falta,

dá, claramente, um toque ou sinal,

quando renega, critica ou exalta.

 

O fiado humanismo é referência,

de uma prática elitista,

para exigir, como excelência,

uma resposta legalista.

 

Mas, ao nobre, falta a caridade,

pela exatidão do limite,

tão sublinhada na vaidade,

e na bondade que se omite.

 

Os efeitos de regras literais,

poe em jugo, a justiça e a razão,

e, na busca das minúcias legais,

a tirania tem sua mais forte consumação.

 

A verdade perde o seu campo,

dando espaço para o relativismo,

fixar firme, como um grampo,

no mais rigoroso ceticismo.

 

E, se na ânsia racionalista,

a verbalização se dá pela ética e moral,

o liberalismo, com sua sanha materialista,

destrona o que é mais fundamental.

 

Pesa o arrobo da inconformidade,

pela manutenção da estratificação social,

onde a justiça obtusa da neutralidade,

nada mais é que um reducionismo piramidal.

 

As mãos se tornam expoentes,

de indicadores nocivos e libertinos,

apontando, sem qualquer vertente,

para um nefando e corrosivo destino.

 

E, entre um humanismo prosaico,

e um legalismo marroaz,

há de se buscar no entendimento, um mosaico,

de que, com amor, se pode ter paz.

 

Ainda que o legalismo, no seu formato,

embeveça o viver a regra como tal,

fazer o bem é um belo e genuíno ato,

mas, não fazer o bem é fazer o mal.

 

De todo equilíbrio que sustenta,

da mais inopinada ameaça,

a adjetivação que mais alimenta,

é a compreensão, a lucidez e a graça.

 

De tudo que ao humanismo acentue,

o arrazoado que justifica a equidade,

é, para que na vida se perpetue,

a paz, o amor, a união e a liberdade!

  • Autor: Marcelo Veloso (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de janeiro de 2022 11:40
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 12


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