O teu Rio
O teu fio
Que despeja o que faz bem
Corta caminhos
Feito a linha do arraiano trem
Que teima em cantar
A cada ano sopra
Invadindo estações
Até desaguar sem mesmo
Se despedir
Sem mesmo piscar
Daí parte
Sem lenitivo
Indo despejar sonhos
No mar do silêncio de ‘ais’
De passante pelo la barranca
Escuta teu apelo
Por baixo da mesma ponte
Onde se passa o passado
Vestido de verso branco-pluma
Até despejar seu eu
Hoje perto d’eu
Perto de mim
Fortim!
Ao Rio onde a onça bebe água- Jaguaribe
Que nasce no salgado
Pedra da Batateira, Cariri
Saudoso corre longe daqui
Passando perto de tu
Iguatú
Até se aprumar com velas
Em marejados olhos no mar.
Roberio Motta
1 de Um de Vinte Vinte 2
Praia de Pontal de Maceió,
Fortim, Ceará.
- Autor: Soldadinho do ARA-ARI-PE (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de janeiro de 2022 20:03
- Comentário do autor sobre o poema: Uma homenagem ao nosso Rio Jaguaribe que nasce na Serra das Pipocas, nos limites entre os municípios de Tauá, Pedra Branca e Independência. Porém ganha força do rio Salgado que nasce na pedra da batateira no Cariri e corta nosso estado do Ceará tomando corpo e vida com a soma de outros rios. Nosso grande Jaguaribe segue sinuoso e margeando várias cidades - entre elas a da terra da água boa (Iguatú) onde ao lado da ponte férrea tinha o famoso restaurante La Barranca (ponto de encontro de boêmios de outrora). Segue o rio Jaguaribe até a bela cidade de Fortim na costa do sol nascente com seu manguezal no seu lado leste e onde suas margens possuem uma fauna rica em aves tropicais, caranguejos e peixes. O barco vai entrar no canal do Amor, famoso por suas deliciosas ostras (na temporada), que podem ser degustadas durante o passeio até seu desague em sua Foz na barra. A margem oeste é ocupada por impressionantes construções de veraneio, majestosas casas de arquitetura moderna ou artesanal. A visão panorâmica é inesquecível, incluindo a bonita cidade de Fortim, com seus barcos de pescadores e sua igreja construída de frente ao rio.
- Categoria: Não classificado
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Comentários1
Bravo poeta. Tecestes toda uma história de tuas terras nordestinas. Valeu!
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