Roberio Motta

A Voz da Foz

O teu Rio 

O teu fio

Que despeja o que faz bem

Corta caminhos

Feito a linha do arraiano trem

Que teima em cantar 

A cada ano sopra 

Invadindo estações 

Até desaguar sem mesmo 

Se despedir 

Sem mesmo piscar 

Daí parte 

Sem lenitivo 

Indo despejar sonhos 

No mar do silêncio de ‘ais’

De passante pelo la barranca 

Escuta teu apelo 

Por baixo da mesma ponte 

Onde se passa o passado 

Vestido de verso branco-pluma 

Até despejar seu eu 

Hoje perto d’eu

Perto de mim

Fortim!

Ao Rio onde a onça bebe água- Jaguaribe 

Que nasce no salgado 

Pedra da Batateira, Cariri 

Saudoso corre longe daqui

Passando perto de tu

Iguatú

Até se aprumar com velas 

Em marejados olhos no mar.

 

Roberio Motta 

1 de Um de Vinte Vinte 2

Praia de Pontal de Maceió,

Fortim, Ceará.