O tempo passa. Meus grisalhos me envelhecem
A aparência, meu espírito é jovem, ainda moço,
Mas em minha pele engelhada e encardida, foco
Na vida como se ainda cem anos me houvessem.
Penso na morte. Sim, um dia ela há de aparecer
E deixará meu corpo dentre as trevas da tumba
A ser carcomido por malvados vermes, em suma,
Serei refeição inorgânica e farta, vulto sem viver.
Se pouco ou muito ainda me resta: isso importa?
Necessito de aproveitar as horas de minha horta
E plantar as sementes que germinarão no futuro...
E para esse porvir deixarei infectados os poemas
De inspiração e sensibilidade que serão teoremas
Para análises e estudos em tudo o que estruturo.
DE Ivan de Oliveira Melo
- Autor: Ivan (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de janeiro de 2022 12:07
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
Comentários1
Belo ,cheio de verdades e sabedoria de vida. O corpo,essa carcaça, nós o deixamos e que importa? se vai servir de pasto aos vermes em que nos transmutamos? O bom é ter vivido,construído,se reproduzido. Ter contribuído para um mundo melhor,em todos os sentidos. Aplausos de pé!
Maria, muito obrigado por seu comentário. Concordo com o que disse. É isso mesmo. Abraços!
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