O tempo passa. Meus grisalhos me envelhecem
A aparência, meu espírito é jovem, ainda moço,
Mas em minha pele engelhada e encardida, foco
Na vida como se ainda cem anos me houvessem.
Penso na morte. Sim, um dia ela há de aparecer
E deixará meu corpo dentre as trevas da tumba
A ser carcomido por malvados vermes, em suma,
Serei refeição inorgânica e farta, vulto sem viver.
Se pouco ou muito ainda me resta: isso importa?
Necessito de aproveitar as horas de minha horta
E plantar as sementes que germinarão no futuro...
E para esse porvir deixarei infectados os poemas
De inspiração e sensibilidade que serão teoremas
Para análises e estudos em tudo o que estruturo.
DE Ivan de Oliveira Melo