em alguma estranha estrada
estranhei teus olhos
olhos esses que por um tempo
seguiam os mesmos caminhos que os meus
mas em uma tarde ensolarada
quando o tempo não era nada
percebi que estar aqui me perturbava
percebi que teus olhos
desavisados pairavam por aí
sem querer saber de mim
cai em choro derradeiro
nesse abismo a esmo
que por séculos habitei
ouvi canções das mais melancólicas
e escrevi nossas histórias
no poço do adeus
gritei com o vento
e amaldiçoei essa estrada
me escondi no mais distante
penhasco da existência
evitei meu reflexo
e os relatos desconexos
que me trouxeram até aqui
travei batalhas com gigantes
tentando me afastar do medo constante
de coisas que eu não poderia fugir
- Autor: victoriafalcao ( Offline)
- Publicado: 28 de dezembro de 2021 10:46
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
Comentários2
Muito bom... essa estrada acho que conheço... bem assim! Parabéns!
Tem estrada que devemos evitar... mas enfim, o que seria da poesia se não existissem os elementos causadores de histórias, de vidas, de amores...de estradas.
Abraços a poeta, Vitória Falcão!
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