Jucklin Celestino Filho

OS MIDAS

 

Conheço daqueles

Que a cegueira

Da riqueza,

Os dominou totalmente,

É o caso dos Pedros Cem

Que tinham a crença

Idiota e inoportuna

Que nunca lhes

Acabaria a fortuna

Porque de tudo tinham cem ,

E acabaram sem um vintém;

Outros, que tendo tanta grana,

Vivendo de bacanas ,

Mesquinhos e ordinários,

Frequentemente

Orgulhosos e perdulários,

Presos à fogueira

Da vaidade

Não podiam

Do dinheiro que possuiam

Usufruir,

Porque a doença

Ou a avançada idade

Os impediam

De seus bens gerir.

 

História de poderosos

Que muito possuíam

E mais queriam possuir

Por serem gananciosos!

Mas como a vida apronta --

Ela dá, ela mesma tira --

Um dia, chega a conta:

Tudo lhes retira,

Deitando-se por terra

Algo que inutilidade encerra:

Usuras e ganâncias ,

Refolhos da avareza

De querer

Mais e mais riqueza,

Avaramente mais bens obter

Já tanto possuindo

Seu galardão de ouro.

 

Por não estar dormindo

No seu trono,

Zeus, o poderoso

Monarca olimpiano,

Atendendo os rogos

Que da terra

Lhe chegaram ao trono,

De imediato lhes

Concedeu verdadeiro

Ouro de tolo,

Que bobos pensavam

Ser rico tesouro.

 

Lição da vida tendo

Hoje, sempre e agora

Em sentido lato

E figurado vigorando.

Há tantos Midas

Pela vida afora --

Tudo que tocam,

Vira ouro.

Mas não podem

Se alimentar comendo

O metal precioso.

Morrem rodeados

De alimentos , bafejados

Pelo ganho fácil de dinheiro:

Tudo que tocam,

Vira ouro!

 

 

 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de Dezembro de 2021 07:29
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 31

Comentários1

  • Nelson de Medeiros

    Bom dia poeta.
    Teus poemas sempre nos brinda com idéias novas sobre fatos conhecidos. Um primor tua poesia.

    1 ab



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