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Tenho medo de me perder
De não saber o caminho
Tanto ainda para percorrer
Debaixo do braço, um pergaminho.
Desafiei o desconhecido
Parti em busca de alguém
Com o objetivo estabelecido
De não voltar sem ninguém.
Viajei por países longínquos
Ao olhar nos rostos diferentes
Sentimentos oblíquos
Sensações divergentes.
Aventurei-me nos mares
Mas nem as correntes nem as ondas
Me mostraram os pilares
Só neblinas hediondas.
No Pacífico tudo tão longe,
O Índico tão cheio de ilhas
E eu aqui feito monge
À espera apenas de maravilhas.
Esgota-se o tempo para te encontrar
Tenho a sensação de que me afasto
Então no Atlântico decido voltar
Deixar este percurso nefasto.
Ao chegar ao ponto de partida
Dou por mim à tua frente
A minha mulher prometida
E eu que andei contra a corrente.
Tanto tempo perto de ti
E nunca me apercebi
Que às vezes o longe está perto
Basta desafiar o incerto.
Filipe Pires
- Autor: F. Pires (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de dezembro de 2021 19:41
- Categoria: Amor
- Visualizações: 13
Comentários2
“Desafiar o incerto”, prezado Filipe, é chegar-se à ação, automática, de obedecer ao destino, depois de um “percurso nefasto”.
Um poema excelente.
Parabéns,
Forte abraço.
Muito obrigado por tão sábias palavras, elas são estímulo para continuar.
Forte abraço caro Maximiliano.
Que bela poesia primo 🙂
Parabéns.
Gracias por seu comentário. Um abraço.
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