A pampa pariu a prenda
E na fazenda foi criada
Beleza por encomenda
Dessa prenda apaixonada
Que no campo fez agenda
Sua vida ali foi trançada
Colar feito de miçangas
Cor de pitanga madura
Vestido de meia manga
Um coração de ternura
Cresceu junto da sanga
De canga pela cintura
A prenda por muitos anos
Cortou o minuano no talo
Gineteando pela fazenda
Laço de renda no embalo
Rédea solta pelos ombros
No lombo do seu cavalo
A prenda de rosto liso
De sorriso de quimera
Pelo campo de estribo
Uma flor da primavera
Sua vida é como o livro
Texto da bela e da fera
Tudo mudou de verdade
Num tropel de contenda
Qual foi a subjetividade
No íntimo dessa prenda
Que ainda pulsa saudade
Dessa madre na fazenda
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de dezembro de 2021 01:23
- Comentário do autor sobre o poema: A poesia “Prenda” fala da mulher gaúcha que faz par com o peão, tradicionalmente das fazendas do Pampa gaúcho, dos estados do Sul. Principalmente do Rio Grande do Sul, onde a prenda usa indumentária típica, que consistia em um vestido (ou saia e blusa), com ou sem casaquinho, cuja barra alcança o peito do pé. Os cabelos eram semipresos ou em tranças, enfeitados com flores e no pescoço colar de miçangas ou outras sementes da região. As prendas ajudavam os peões em todas as atividades da fazenda, enfrentando qualquer tempo. Porém, o avanço da globalização foi navegando essa atividade para outros patamares e, as fazendas que ainda existem estão em outro cenário. E a prenda de rosto liso, que andava a cavalo de estribo no pé enfrentando o vento minuano, hoje é literatura poema, como aqui, um texto literário escrito em versos.
- Categoria: Natureza
- Visualizações: 410
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.