Jucklin Celestino Filho

VERDADEIRO AMIGO

 

Na vida, as decepções

Se juntam às tantas que eu já tinha,

Das quais as relações

De dor não se abstraem!...

E ainda vivas as emoções

Me traem:

Tantos amargos travos recebidos!

Alguns amigos que eu pensei que tinha.

Mostraram a farsa da crença minha.

 

Quando eu nadava em ouro,

E tinha a mesa farta,

E a casa cheia e o meu tesouro

Que aos olhos

Dos ambiciosos reluzia,

E me fazia

Acreditar em falsos festejos,

Não via que era o beijo

De Judas que recebia.

 

Bateu-me no lombo

Cruel, terrível e feio,

A roda do tempo,

E no momento

Do meu horrendo tombo,

Vi a verdade nua e crua:

Na desdita, a máscara caiu

Dos falsos amigos:

A camaradagem logo ruiu.

Nenhum da roda de bajuladores veio

Emprestar-me o ombro amigo!

 

Da névoa do tormento

Que me acometia,

Vi à minha frente surgir

Alguém que eu

Tanto maltratava e ignorava

Como amigo.

No entanto, alento

A esse sofrido peito, deu...

E disse a sorrir ,

Me consolando em meio

Ao choro que eu vertia:

-- Vem, te empresto o ombro, amigo!

 
 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Dezembro de 2021 00:18
  • Categoria: Amizade
  • Visualizações: 17

Comentários1

  • Ernane Bernardo

    Belo poema amigo poeta Jucklin Celestino, seu texto me fez lembrar um tempo em que vivi. Boa tarde, um forte abraço.



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