Está ali, riscado e rabiscado,
simbolizado pela sua condição,
fixo no seu aceitamento, sem ânsia,
solícito, sem impor restrições,
aberto ao carinho, à reverência,
e, também, ao descaso, à relutância.
Pronto para ser registro,
tolerante para ser diminuído,
disponível para ser rasgado,
impassível para ser embrulho,
útil para ser higiene,
impotente para ser queimado.
Uma representação para imagem,
servível para ser identidade,
carimbado para ser cópia,
emparedado para dar suavidade.
Preenchido para ser formulário,
entrelinhado para ser lista,
encadernado para ser livro,
multifuncional para ser revista.
Sua utilidade anda capengando,
mas, ainda, resiste com maestria,
impondo seu lugar, como um troféu,
mesmo diante do tecnicismo,
continua aflorar o seu valor,
resistir está no seu nome, é o seu “papel”.
E a ele o comparativo é tão preciso,
de como se comportar e se defender com bravura,
no espaçoso e poluto cotidiano,
afigurar-se da espessura que se tem,
preparado até para o que não se convém,
sendo composto e consciencioso, o ser humano.
E entre o infinito e a imortalidade,
que dignifica com mesura,
o representativo e inigualável papel,
ser humano é o melhor retrato,
que, tendo significação hercúlea como criatura,
mostra como ser inatacável, justo e fiel.
E de toda a legitimidade dada à vida,
na terra, na água e no céu,
seja consignado o legado mais precioso:
O papel do homem não é ser humano só no papel!
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 1 de dezembro de 2021 09:39
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 18
Comentários1
Uau! Belas metáforas!!!
Obrigado, Bom dia.
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