ABUTRE DA DESIGUALDADE II

Jucklin Celestino Filho

 

A dicotomia do capital financeiro

Gera o acúmulo de riqueza

Sob a égide do dinheiro

Trazendo a nefasta consequência

Da fome, do desemprego,da pobreza .

Enquanto uns poucos detêm

No mundo as rédeas do poder financeiro,

Regido cada vez mais por ganhos,

Na gula dos impudicos arreganhos -

Lucros extraordinários, tendência

De mais aumentar a fortuna ,

A grande maioria nada tem,

Algo que coaduna

Com a perversidade do capital financeiro,

Fazendo mais ricos quem muito possui 

E aumentando mais a pobreza .

 

Neste contraste cruel e desumano

Há quem advoga malevolamente

Que desde os primórdios dos tempos

É assim que deve ser ,

Porque na luta pelo pelo poder,

Pela contingência da vida

Sempre haverá ricos e pobres,

Os remediados e nobres,

O rei, o sultão,

O praça, o general,

O mendigo , o ricapulão,

Os abastados, os esfomeados,

O coroinha, o capelão,

A burguesia, os miseráveis!...

Haverá, sempre , na perversa contradição

Deste mundo desigual ,

Para uns , bafejados

Pela fortuna , benesse do capital -

Mesas fartas, banquetes desenfreados,

Dinheiro à beça para esbanjar

Como lhe der

E conviver,

Numa ânsia tresloucada de gastar!...

 

Ao desvalido da sorte,

A morte

Lenta pela privação

De básicas necessidades!

Tamanha perversidade ...!

Nem as migalhas que caem

Da mesa do rico, lhe cabe.

E segue a vida

Ampliando desigualdades,

Expondo as feridas

Do corpo, da alma e do coração,

Caucando o pobre na indignação

Da fome, da humilhação

Do desemprego, órfão 

De assistência governamental!

 

 

O milionário, na festança

Se esbalda,na gastança ,

Faz figa --

Se exibe , degustando

Lautos banquetes, se lambuzando

Na iguaria do caviar

Nos festins e bacanais ;

O pobre, aquele que só tem de seu

O sofrimento e a resignação,

Vive a dor, a aflição

De catar lixo, de vasculhar

No lixão

Qualquer migalha, qualquer

Resto de alimento

Para não morrer de fome.

Não tem pão, come osso.

Não tem emprego, mendiga.

Nao tem plano de saúde, morre

À migua, nas filas de hospitais

Públicos, ou escapa

Graças ao SUS, que o socorre!

 

 

 
 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de novembro de 2021 08:58
  • Categoria: sociopolitico
  • Visualizações: 31
Comentários +

Comentários4

  • Jessé Ojuara

    Faça minhas suas palavras.

    Precisamos realmente usar a arte para denunciar essas mazelas.

    Parabéns

  • Shmuel

    Concordo totalmente com a sua indignação, mestre, Jucklin Celestino Filho!
    Abraços!

  • Jucklin Celestino Filho

    Peço desculpas aos colegas pelos pequenos erros ortográficos.É coisa de quem escreve com o celular às pressas.
    Obrigado a todos pelos gentis comentários!
    Abraços.
    Bom dia!

  • Maria dorta

    Sinto_ me irmanada a ti pela justa indignação e em ter coragem de gritar,denunciar esse eterno fosso entre o rico e o pobre. Se todos quisessem modificar está indigna situação,teríamos uma gritaria que deixaria os ricos de orelhas em pé! Não podemos continuar a ver tantas mortes e sub vidas e continuarmos indiferentes. aplausos de pé!



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