ECOS

Carlos Lucena

ECOS

Divina cor do breu
Que o Sol esqueceu de alumiar.
Quase apagam a cor que a dor  em si a descreveu
Trazida pelas naus
Cruzando o mar.
Hoje se iguala a
Humilhação
Porque o breu da pele ainda lhe faz a descrição 
E como outrora, o sangue nas ondas escorreu.
Hoje de outro jeito aquela haste grossa e em riste
Que afrontava a cor e machucava peito
Como castigo já não mais existe
Mas ainda escorre nas praças e calçadas
Senzalas cortadas pelas balas
E nas portas das empresas
Nas cozinhas
Abandonadas
O eco da escravidão
Que mesmo sem algema
Sem grilhão
A tez ainda joga ao chão
A cor descrita pela dor
Que ainda maltrata o coração!

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 20 de novembro de 2021 15:19
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6


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