Jucklin Celestino Filho

MINHAS CICATRIZES

 

Esse teimar

Em falar de mim ,

Coisas que enfim,

Guardo no breviário da saudade --

Dualidade

Entre castigo,

Ventura e amor,

Celebrado entre flores e espinhos --

Os perigos

Ao descuidar

Frente às curvas do caminho --

A encruzilhada entre esperança,

Incertezas e descaminhos:

0 caminhar

Sem prumo

Rumo

À obsessão e ilusões

As quais, hoje depuro:

As cicatrizes do tempo,

As feridas cravadas

No palmilhar

Pelos rumos

Que a vida por pirraça

Incontinenti traça

Quanto ao futuro!

 

O pássaro ferido,

Que mesmo tendo querido

Alçar voos atrevidos,

Galgar Infindos espaços,

Não quer viver sozinho.

Embora maltratado,

Teima no retorno ao ninho.

Sou a sombra do passado.

0 sabiá arredio,

Que não soube dosar

Os passos ,

Precipitou-se no vazio ,

E hoje volta arrempendido

Ao abençoado lar!

 

 

Depois de penar,

Num viver

Fútil, inútil e errado,

Bastante padecer

De acerbas agonias ,

Por fim, estender

O Trem de Pouso e retornar

Ao amado ninho,

Juntei as minhas dores,

E feridas

E penas e dissabores

Às muitas cicatrizes e espinhos

Que a vida me tinha dado.

E no transcurso do tempo,

Confluência dos dias,

Anseio com paciência e calma

Que venha-me a cura das feridas

Do corpo e da alma.

 

 

 

 

JUCKLIN CELESTINO FILHO
 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 17 de Novembro de 2021 00:31
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 29

Comentários1

  • Nelson de Medeiros

    Sempre um enorme prazer percorrer tuas páginas, companheiro.
    Ab



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