RETINA

Vlad Paganini



RETINA

 

Teus olhos me devoraram

Desde o primeiro instante

Desde o momento que o teu olhar

Engravidou ardente

Minhas retinas férteis em brasa quente

 

Na retina vermelha dos meus olhos

E dentro dos teus cor de mel

Percebi que era amor

Logo que os meus

Abriram as pernas para os teus

E os teus com labaredas de fogo

Queimaram de amor a retina dos meus

 

Com o meu olhar te dei meus delírios

Te ofereci minha liberdade

Meus desejos inconfessáveis

Me entreguei em toda tua vontade

 

Tu na tua vontade reprimida

Não me entregou o gosto suave da vida

Te dei tudo que tinha

Minha alma meu corpo

Meus sonhos...

Teus sonhos...

 

Perdi teu olhar

Tudo por tua perdida alma, tua fraqueza

Teu olhar melancólico e tristonho

Na tua mais frágil defesa

 

Seguiu tua estrada

Carregando em teu espírito

Na pupila do teu olhar

Teu amor fingindo-se esquecido

 

Tu não quiseste sorrir

Bem pouco quiseste chorar

Seguiu teu caminho na tristeza

Teu sofrimento resiste a desmoronar

 

Meu olhar hoje em retina de sangue

Queima dentro da minha saudade

 

Em ti permanece o teu desejo

A tua tentação à distância sonda

O meu pão o meu vinho a minha vida

O meu corpo teu alimento bendito

A minha pele a tua bendita comida

Vlad Paganini

  • Autor: Vlad Paganini (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de novembro de 2021 07:45
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 5


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