RETINA
Teus olhos me devoraram
Desde o primeiro instante
Desde o momento que o teu olhar
Engravidou ardente
Minhas retinas férteis em brasa quente
Na retina vermelha dos meus olhos
E dentro dos teus cor de mel
Percebi que era amor
Logo que os meus
Abriram as pernas para os teus
E os teus com labaredas de fogo
Queimaram de amor a retina dos meus
Com o meu olhar te dei meus delírios
Te ofereci minha liberdade
Meus desejos inconfessáveis
Me entreguei em toda tua vontade
Tu na tua vontade reprimida
Não me entregou o gosto suave da vida
Te dei tudo que tinha
Minha alma meu corpo
Meus sonhos...
Teus sonhos...
Perdi teu olhar
Tudo por tua perdida alma, tua fraqueza
Teu olhar melancólico e tristonho
Na tua mais frágil defesa
Seguiu tua estrada
Carregando em teu espírito
Na pupila do teu olhar
Teu amor fingindo-se esquecido
Tu não quiseste sorrir
Bem pouco quiseste chorar
Seguiu teu caminho na tristeza
Teu sofrimento resiste a desmoronar
Meu olhar hoje em retina de sangue
Queima dentro da minha saudade
Em ti permanece o teu desejo
A tua tentação à distância sonda
O meu pão o meu vinho a minha vida
O meu corpo teu alimento bendito
A minha pele a tua bendita comida
Vlad Paganini