A Lua, trêmula, se exibe
Nos olhos úmidos do meu bem.
É, do céu, pintura fresca,
Úmida como as paredes de um bordel
Delicada, tal qual pétalas translúcidas.
Janela entreaberta, da alma, são meus olhos
E doces, no fundo
E amargos, por fora.
Destilam amarguras e delírios tais
Que de escarlate enfeitam
Em veios vívidos,
A esclera, branca e amarelada.
Brilham tanto, as vezes
Na parede do meu quarto,
Que parecem cegos
Que não vêem o que vejo.
Olhos ingratos.
Escuros, como a pele de minha mãe
Fundos, como coração de meu pai.
Simples,
Perdidos,
Necessários.
O sol se apressa no meu céu azul anil.
O escuro piora minha cegueira,
As vozes confusas expõem minha surdez.
É o espetáculo da vida,
assista a cada passo seu.
Calado, cada um tem sua vez,
De falar,
De ouvir,
De voar.
De olhar nos olhos de um doce amor
E morrer em paz,
Como flores de pétalas translúcidas.
- Autor: L.F.T Tabosa Flegler (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 26 de outubro de 2021 00:11
- Comentário do autor sobre o poema: O Eu Brasil e suas analogias
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel
Comentários1
..."Úmida como as paredes de um bordel
Delicada, tal qual pétalas translúcidas'...
Poesia forte e ao mesmo tempo arrebatadora, Ela, a própria poesia nos convida a ler e reler o texto. Versos ritimados, com palavras frescas e carga poética acentuada.
Parabéns pela segunda publicação, e pelo show dado neste poema.
Abraços ao poeta Tabosa Flegler!
Recebo de coração contente sua análise. Um abraço!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.