wanderer

A foice da Morte

sinto-me com as rédeas do universo 

a força de 10 homens, a maldade de um Deus

mas em noites longas como essa, me pego a pensar

será que um dia serei decente? 

 

não sentir é o mais pesado dos fardos

nada além de cobiça e podridão

ainda há sangue em meus calçados

desde o dia em que consumi minha própria escuridão

 

me enrolando em volta de todos meus falsos laços

a vida é meu teatro, atuo com fervor

não sinto nada pelo seu corpo nu

mas ela anseia pelo meu calor

 

sexo é algo tedioso para mim

minha ferramenta de aproximação

elas desejam apenas meu corpo, e no fim

anseio pelos seus membros, sem excessão

 

de manhã sinto-me um rei, na escuridão sinto-me uma serpente

por que será que fui feito assim?

amaldiaçoado desde o nascimento

marcado com sangue

 

questionava a deus sobre o nosso propósito

de mim e de meus semelhantes

pois uma vida só de ódio 

é amarga como sangue

 

no fim, foi me revelado

ser a foice da morte

e a mim foi dado o trabalho

julga-los, abate-los e coloca-los em um pote

 

e de mim, nenhum homem escapa

pois a mim foi entregue esse poder

é prazeroso moldar o destino

e escolher quem deve viver

  • Autor: Wanderer (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Março de 2020 12:47
  • Comentário do autor sobre o poema: Poema retratando como me senti ao descobrir meu transtorno de personalidade anti-social e, como lido com a vida, sendo incapaz de sentir. Uma tentativa de retratar o quão oca e sofrida é a vida de sociopatas.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 11

Comentários1

  • Isabela Fenix

    Nossa!;bem intenso. Interessante.



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