wanderer

A foice da Morte

sinto-me com as rédeas do universo 

a força de 10 homens, a maldade de um Deus

mas em noites longas como essa, me pego a pensar

será que um dia serei decente? 

 

não sentir é o mais pesado dos fardos

nada além de cobiça e podridão

ainda há sangue em meus calçados

desde o dia em que consumi minha própria escuridão

 

me enrolando em volta de todos meus falsos laços

a vida é meu teatro, atuo com fervor

não sinto nada pelo seu corpo nu

mas ela anseia pelo meu calor

 

sexo é algo tedioso para mim

minha ferramenta de aproximação

elas desejam apenas meu corpo, e no fim

anseio pelos seus membros, sem excessão

 

de manhã sinto-me um rei, na escuridão sinto-me uma serpente

por que será que fui feito assim?

amaldiaçoado desde o nascimento

marcado com sangue

 

questionava a deus sobre o nosso propósito

de mim e de meus semelhantes

pois uma vida só de ódio 

é amarga como sangue

 

no fim, foi me revelado

ser a foice da morte

e a mim foi dado o trabalho

julga-los, abate-los e coloca-los em um pote

 

e de mim, nenhum homem escapa

pois a mim foi entregue esse poder

é prazeroso moldar o destino

e escolher quem deve viver