Liduina do Nascimento

O chamado do sino

 

                                  O chamado do sino                        

 

 

Aquela mulher madura, de olhar confiante,
com ar de quem sabia um pouco sobre a vida.
Sentada, ali, do banco daquela antiga estação
- ela observava tudo ao seu redor.
Era uma cidadezinha dum minúsculo interior, onde
ela acabara de chegar para um compromisso social.
- Ela ouve o sino, e como se estivesse no topo da
igreja,  de repente o seu olhar se fez distante,
ela naquele instante saiu de si, foi encontrar a 
adolescente que tantos caminhos trilhou.
Lembrou dos seus pecados inconfessos, acreditava
em Deus, mas, não tinha nenhuma religião.
Algo mexeu intensamente com ela, como desejando
que o presente pudesse deixá-la ficar naquela cidade.
Tentou interpretar o que dizia o sino, por certo,
em seus tristes blimblons jogasse ao vento,
segredos de confissões que só ela compreendia.
Algo era bem certo; o sino jamais segredaria o que
somente ela sabia, no confessionário jamais pisou.

Assim, pensando... retomou o fôlego e seguiu mais
tranquilamente pelas ruas, juntando-se às pessoas,
que ali se reunia.

 

Liduina do Nascimento

 

  • Autor: Liduina do Nascimento (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de Setembro de 2021 11:46
  • Comentário do autor sobre o poema: O sino da igreja
  • Categoria: Conto
  • Visualizações: 14

Comentários2

  • Shmuel

    Que bonito, Liduina do Nascimento.
    Abraços!

  • Barbara Guimaraes

    Lindíssimo querida... viajei nesse sino! Parabéns!



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