O chamado do sino
Aquela mulher madura, de olhar confiante,
com ar de quem sabia um pouco sobre a vida.
Sentada, ali, do banco daquela antiga estação
- ela observava tudo ao seu redor.
Era uma cidadezinha dum minúsculo interior, onde
ela acabara de chegar para um compromisso social.
- Ela ouve o sino, e como se estivesse no topo da
igreja, de repente o seu olhar se fez distante,
ela naquele instante saiu de si, foi encontrar a
adolescente que tantos caminhos trilhou.
Lembrou dos seus pecados inconfessos, acreditava
em Deus, mas, não tinha nenhuma religião.
Algo mexeu intensamente com ela, como desejando
que o presente pudesse deixá-la ficar naquela cidade.
Tentou interpretar o que dizia o sino, por certo,
em seus tristes blimblons jogasse ao vento,
segredos de confissões que só ela compreendia.
Algo era bem certo; o sino jamais segredaria o que
somente ela sabia, no confessionário jamais pisou.
Assim, pensando... retomou o fôlego e seguiu mais
tranquilamente pelas ruas, juntando-se às pessoas,
que ali se reunia.
Liduina do Nascimento