Às vezes quero me ocupar em ser ignorante
Fechar os olhos bem apertados
- Não quero enxergar. Não quero ver. Não me mostre!
Desejo apenas dormir
- Deixe-me dormir, cochilar ao menos.
Desperta do sono eu não sonho com ilusões
- E só aguento iludir-me: mais um pouco, um pouco mais.
A pena de não escutar
De não ver
De não agir
Apenas ser
Dormente que seja
Apenas ser
Doente que esteja
Apenas ser
- mais pouco
fora de mim.
Despisto-me
Despeço-me
Debruço-me
Em ideias e em ideais
Socorro presente dentro das minhas margens
Não almejo alcançar o âmago
Não desejo entender a vida
- não quero me ver!
Apague, apague a luz
É urgência
Pungência
Indecência
Somados no corpo
Somatizados na alma
Não! Não me esconda as ilusões
Ao contrário: entregue-me todas
Enquanto o medo me abate
Elas são as únicas capazes de me consolar...
- Autor: noi soul ( Offline)
- Publicado: 27 de setembro de 2021 11:00
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 38
Comentários4
Ufa... de tirar o fôlego. Adorei!
Abraços!
Amigo, grata por sua presença. Um abraço 🙂
Belíssimo poema amiga! Momentos assim, ufa, mas passa! Parabéns!
Obrigada por sua presença, minha querida. Um abraço 🙂
Muito bom, poetisa!
Cheio de intensidade.
Abraço
Gratidão por sua apreciação, meu querido. Um abraço 🙂
Não há outra palavra para definir este poema: PERFEITO! Muito forte! Rico em reflexões.
Gratidão pela preciosa presença, meu querido! Um abraço 🙂
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