somos passageiros que passam e repassam, fazemos parte da história do mundo nem que por uma mísera palavra, que pode ser apagada. 

Porque não é eterno, nada é, só somos viajantes que por um tempo passamos na história de cada um, nas páginas daqueles que escolhemos ler 

E dói, sempre dói quando  nosso tempo acaba, dói porque fazer parte daquele livro foi tão bom, fazer parte de alguém é bom, ser parte da história desses livros que ficam guardados nas estantes da memória. 

penso sobre o quanto dói isso de não ser eterno, vejo o tempo passar e eu me afastar, não tenho nada que possa fazer, porque meu tempo está acabando e eu não quero ler novos livros.

Só espero ter marcado a sua história, espero ter feito parte do seu livro, porque você fez parte do meu e doeu tanto quando você saiu de cena, sinto saudades de quando éramos personagens principais.

Você quem ? todos aqueles que sei que vou deixar.

saudades de cada momento que escrevi na alma daqueles que li, espero ter escrito algo... nem que seja uma pequena anotação no rodapé da página de sua vida

eu quero deixar minha marca na vida de cada um que amo, que amei, que li e que reli 

quero deixar minha assinatura naqueles que nunca quero parar de ler, mas não queria assinar o mundo. 

Não faço nem um pouco de questão de assiná-lo, não esse mundo feio e sombrio. 

Quero assinar as almas que aprecio, as almas que amo, porque essas almas são meu mundo 

meu pequeno universo composto por aqueles que tiverem meu amor, minha apreciação, aqueles que ficaram e aqueles que se foram, 

aqueles que permanecerão, aqueles que irão embora e aqueles que vou deixar para trás.

Meu maior tesouro são as memórias, aquelas que vivi, aquelas que me mantém de pé, aquelas que releio sempre que posso 

mas meu maior medo é esquecer, esquecer dessas histórias, esquecer de você e do meu mundo, medo de esquecer porque é assim que funciona.

nem mesmo memórias são eternas, quero eternizar as minhas, escrevo essas histórias em meus ossos porque me recuso a esquece-las escrevo você em meu próprio âmago, escrevo todos aqueles que amo.

me recuso a esquecer de você, esquecer daqueles que sei que deixarei, esquecer de mim mesma, de quem um dia fui, eu assino na minha pele meu nome para ver se assim eu me lembrarei.

Eu passo ,você passa, você passou e passará de novo porque me recusarei a terminar esse maldito livro, nem que eu tenha que ficar apenas com as páginas que já li, eu escrevo a continuação na minha carne e quero ver que borracha irá apagar.

- a todos aqueles que me recuso a parar de ler.