Para sempre Lily
Ali estava ela, muito mais do que uma menina
suspirando na janela, contemplando uma rosa fina.
Um sorriso oblíquo e distinto, ela iluminava ao redor,
Mesmo vivendo em absinto e respirando o pior.
Seus sonhos foram queimados nas chamas da realidade
Aquela que mata os diferenciados e suprime a felicidade.
Um lugar sombrio nunca foi digno de tê-la em seu recanto.
Aquele olhar vazio nunca representou o verdadeiro pranto.
Ela buscava cores no preto e branco, tentando se segurar
Ia no deserto e buscava flores, apenas para não desmoronar.
A vida pode ser muito cruel e finais felizes não existem,
Não deveria olhar para o céu e acreditar naqueles que resistem.
Resistindo a uma verdade dura, gélida e cortante, sem leito.
Fazendo escura a lua e quente o Sol que iluminava o parapeito.
Ali estava ela, agarrando as bordas do seu barco de papel
navegando nela, e se afogando
As estrelas que outrora lhe cantavam, agora estão caladas
A relva vinda da aurora encontra-se apática com folhas geladas.
Nenhum arrepio, nem do sustenido de uma flauta arrebatadora.
somente frio, a estiagem da realidade congelando a alma sonhadora.
Tão sozinha em meio as suas canções, tão esquecida pelas obrigações
Ela sufocou suas artes e aspirações, pois fizeram-na acreditar em rotulações
Rótulos que fazem da arte algo desnecessário e os sonhos estúpidos
Melhor é ralar a pele no calvário em busca de sucessos abruptos.
Ali estava ela, dia após dia
Uma menina solitária tentando a alegria
Ninguém lhe segurará quando cair-se-á, ou lhe abraçará
Mas ela tenta se sustentar, se prende ao que criará.
Ela escreve poesia, canções e olha as estrelas a noite
Apenas pelas próprias emoções, aliviando o açoite
Mesmo com lágrimas nos olhos, Lily busca sobreviver
Mergulhando em tintas e sonhos, seu lítio de viver
Uma menina adorável, mas esquecida, um ser invisível
Apesar de toda a sua luz garrida e de sua coragem temível
Ninguém a encoraja, ninguém a fortalece ou lhe acalma
Mas, sem que alguém o fizesse, limpa sua alma.
Ela tenta sozinha, ela por ela, abraçando o mundo inteiro
Porém na calada noturna, só no escuro, sente a dor no peito.
Ali estava ela, a flor mais esbelta a florescer
Uma rosa bela, brotinho tentando se esconder
Pois ensinaram-lhe que sua luz de nada valia
Sua inocência nenhum bem lhe proporcionaria.
Seu encanto sufocado poderá ser resgatado algum dia
E, quando este chegar, o paraíso se encherá de muita alegria
Já que ela não desistira de si mesma e tentava resgatar o dela
Em cada alvorecer, inspirava o solar e absorvia a brisa amarela
Então apanhava uma flor no seco jardim e secava as feridas
Sussurrando jurava, para sempre Lily seria, em todas as vidas.
- Autor: A.M.B (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 13 de maio de 2020 22:52
- Categoria: Conto
- Visualizações: 25
Comentários1
Bravo, Adriele!
Exemplo para os querem desistir de si mesmos... coragem!
Abraço!
Muito obrigada Sonia:) Agradeço muito por ter lido 🙂
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