Caudal

Marçal de Oliveira Huoya

Agora

Que chegam as chuvas de aluvião

Obrigando a represa do medo e da morbidez

A abrir suas comportas lentamente

Claro que não sem a aridez

Da gente a quem a luz incomoda

Dos que afagam a escuridão

Os que repetem tolamente as palavras da moda

Assim como a natureza sempre fez

Desde muito e muito antigamente

O rio vai voltar a seguir o seu curso

Em seu leito natural, naturalmente,

Na sua missão ancestral

Do instinto e do impulso

Murmurando vida por suas margens

Pintando de verde o que é vivo

E o que é livre, em sua viagem

Porque tudo o que esse rio beija, vive

Agora é urgente que a juventude transborde

E se derrame, e inunde e se espalhe

Tudo que a vida grita e tem pressa

E explode

Porque o tempo é curto

E não regressa...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de setembro de 2021 21:10
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 6


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.