Nelson de Medeiros

SERESTA

 

SERESTA

 

Morre a tarde com o cantar da passarada
E nasce a noite em véu de prata engalanada,
Prenunciando um amanhecer de liberdade...
Mas a incerteza dentro d'alma se me assalta
E a inquietude me abraçando em tua falta,
Chega trazendo novamente esta saudade.

E torno tonto a reviver nosso passado,
Como se o tempo não tivesse caminhado,
Como se tudo fosse crível novamente...
O aventurar em mil quimeras já passadas,
O desnudar de nossas almas irmanadas
No mesmo ardor que nos uniu insanamente!

Dentro do peito eu sinto ainda este desejo,
Sinto meu beijo agasalhado por teu beijo,
Sinto teu gosto misturado no meu gosto...
E no silêncio desta terna madrugada,
Revendo as liras que escrevi pra ti, amada,
Sonho acordado e canto as notas do teu rosto!

Nelson de Medeiros

  • Autor: Nelson de Medeiros (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de Setembro de 2021 09:35
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 24

Comentários2

  • Barbara Guimaraes

    Belíssimos versos! Parabéns! E as serenatas... pena, caiu de moda...

  • Edla Marinho

    Lindo poema!
    E, como disse a Bárbara, que pena que faz parte do passado. Tenho muita saudade do tempo em que elas faziam parte da vida. Eu mesma, se fechar os olhos, ainda posso "ouvir" o som de algumas que recebi.
    Ainda bem que ao menos em versos elas vêm à memória.
    Uma noite de paz e um lindo domingo!
    Meu abraço.



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