Uma janela se abriu
As frinchas das casas, as janelas dos rostos,
Os sulcos nas gargantas e as flores setembrinas.
A morte, já saciada, não clamava mais por seu cortejo.
A terra fartamente adubada de amores, de dores, de ais,
Era novamente convite aos casais.
A vida venceu como sempre o fez
E a pálida estuporada criatura, ainda é homem,
Abatido mas pulsante, rasgando a carne, buscando o ar.
O vento gélido e pútrido de outrora,
Agora impoluto, anunciava a primavera.
O sangue profanado estava limpo, a tumba vazia,
A guerra acabara.
-
Autor:
Daniel Q (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 11 de maio de 2020 11:19
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 17
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.