O haikai que escrevi com sangue na parede

Meu pai disse para engolir o choro Dane-se, estou morto, apodrecendo a alma e o corpo
Pensei que fosse diferente, mas é apenas mais uma menina plástica, falsa, intrasparente
Eu te amei e amaria por toda eternidade
Mas você me faltou com a verdade
Queria te odiar pelo resto da minha vida
Mas não consigo deixar de te chamar de "querida"
Então me diga o porquê de me enganar
Por que estava comigo se não conseguia mais me amar?
Entendo ele é o garoto mais popular da cidade
E talvez meu maior erro é não ser ele
Mas se lembra de toda nossa felicidade?
Quando te levava para passear de bicicleta às sextas
Quando comíamos pastel e caldo de cano na feira
Quando íamos para aquele sebo na rua Carolina
Quando eu olhava nos teus olhos e te chamava de minha menina
Mas nada disso importa mais
Talvez ele te ame mais
Mesmo que isso seja impossível
Queria te odiar pelo resto da minha vida
Mas não consigo deixar de te chamar de "querida".