Meus olhos insistem em ser cachoeira
O vento ainda não a dispersou
Sou intensidade altaneira
Inescrupuloso embaraço
Sou o traço
Do riso discreto
Os dentes falhos
A janela aberta
Da imensidão.
Sou estranha às vestes alheias
Mas não sou sozinha
Eu sou multidão.
O meus olhos ainda persistem
Como jarros d’água
Infinitas fontes
A cruzar as pontes da escuridão
Eu sou a senhora
Sou a meninice
Sou a pausa e o pique
Da imperfeição.
Meus olhos reclamam por vida
Os braços não deixam enxergar
A pele tão destemperada
O fogo aterra a água e o ar.
Eu sou incredulidade
Palavra de quem argumenta
Motivos, sentenças, viagens
Ao grão da pura inocência.
Meus olhos
Estão cansados
De tanto verter um rio
A cada segundo
No seu mais profundo
Mar em desvario.
- Autor: noi soul ( Offline)
- Publicado: 27 de julho de 2021 13:12
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 13
Comentários4
Poema profundo! Revelando sinais de uma poeta em franco amadurecimento.
Boa tarde,
Meu querido, gratidão por sua apreciação e palavras de incentivo. Um abraço 🙂
Tão jovem e detentora de um invejável talento para a Poesia. Teu poema revela engenho e arte,muita profundidade no sentir. Versos esbanjando técnica e ferrando emoções. Aplauso!
Ah minha querida Maria. Gratidão por sua apreciação. Um abraço apertado 🙂
Reflexivo e expressivo poema ! paz e bem linda poetisa ! beijussss
Muito obrigada, meu querido. Um abraço 🙂
Ficou tão íntimo da insônia que passou a chamá-la de Sônia...
Não é? rsss Um abraço,meu querido 🙂
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