Rotina

Alice Ribeiro


Aviso de ausência de Alice Ribeiro
NO

Sete horas da manhã e estou acordada 
Saindo na calçada 
Correndo para pegar um trem lotado
Esperando que ele me leve a uma estação que não existe 
E de acordo comigo mesma 
Querendo um acontecimento que não vai acontecer 

Agora são dez para meio dia, e começo a acordar, isso não vai rolar 
Eu começo a acreditar em coisas que não existem, e mudar meu pensamento 
E viver meu lamento 

Quatro horas, quase na hora de ir para casa 
Que casa? Quem casa? 
Tua casa e não minha casa 
O caminho é curto mas pedregoso 
Machuca meus pés de chinelo 
Não aguento dor 
Hoje não, por favor!

Seis e dez, cheguei a estação sem nome 
As pessoas estão mortas por dentro 
Apenas andam e andam sem direção e eu estou entre elas, não é normal
É um pouco escuro já
E meu medo me faz correr 
Mas e no final da rua 
É o meu lugar? 

Vinte e duas da noite, cheguei há muitas horas 
Mal descansei meus olhos e minha mente 
Vamos enfrente
Fui ao fogão, fiz algo bom 
E já foi umas quatro horas 
Agora preciso dormir 
Desejo você aqui 

Duas da manhã, não descansei nem ao menos fechei os olhos 
Eu desejava tanta coisa entre dez e meia noite 
Eu sonhei acordada com coisas que já
Foram minhas e sensações que eu amei 
Fico pensando nos meus sonhos e planos 
E como tudo é tão difícil 
E logo vai amanhecer e eu nem ao menos dormi, é bem mais fácil com você aqui! 

  • Autor: Alice Ribeiro (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de julho de 2021 12:36
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 9
Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Cara, que agenda corrida! Mas descreveu a dor de quem ama com requinte.
    Bravo, poeta!

    • Alice Ribeiro

      Sim! São tempos corridos
      E é melhor para não pensar tanto ... O que não adianta.
      Obrigada pelo elogio! ?



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