Quando a luz cinzela o escuro
e o dia claro enfim se desvela
A aurora de coloridos fractais
de intensos matizes a cada hora
a detalhar as flores nos quintais
a Hera no muro onde ela mora
o fruto maduro e a flor mais bela
o dia na janela, a noite ind´embora
entalhes de paredes e dos beirais
a gente desce e se senta na praia
esqueço da vida a olhar marés
o mar se lança leve contra a areia
suas ondas fluem e refluem
a molhar abusadas nossos pés
De súbito, o mundo para e congela
Veleiros , proas, popas e convés
sem o zinabre ou óxido do tempo
a distopia inexata de qualquer viés
Do abismo que gira esse tormento
em que agora todos nós vivemos
Sente agora o sopro fresco da brisa
Esquece esses dias de sabre afiado
esquece tudo que lhe soe aziago
Vê a calmaria tão sábia e precisa
o azul que ora toma conta do céu
...
- Autor: Ovídio (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de junho de 2021 18:40
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários1
Uma poesia de linguagem apurada nas cachoeiras da lira vernácula! Parabéns e um abraço, caro Poeta!
Muito obrigado Amigo!
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