edson ovidio

É LUZ

Quando a luz cinzela o escuro
e o dia claro enfim se desvela
A aurora de coloridos   fractais 
de intensos matizes a cada hora
a detalhar as flores nos quintais
a Hera no muro onde ela mora
o fruto maduro e a flor mais bela
o dia na janela, a noite ind´embora 
entalhes de paredes e dos beirais
a gente desce e se senta na praia 
esqueço da vida a olhar  marés
o mar se lança  leve contra a areia
suas  ondas fluem  e refluem 
a molhar  abusadas  nossos pés
De súbito, o mundo para e congela
Veleiros , proas, popas e convés
sem o zinabre ou  óxido do tempo
a distopia inexata de qualquer  viés 
Do abismo que gira esse tormento 
em que agora  todos nós vivemos 
Sente agora o sopro fresco da brisa 
Esquece esses dias de sabre afiado
esquece tudo que lhe soe aziago 
Vê a calmaria tão sábia e precisa 
o azul  que ora toma conta do céu

 

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