YES
Como um piano de cauda longa; preso ao último andar do edifício, sinto tencionar cada filamento da corda que me sustenta de um fim previsível.
Como um piano de cauda longa; neste momento, talvez o melhor que me reste seja talvez esquecer, por um momento do fim trágico que me aguarda e ouvir a mais bela melodia que me fará feliz em meus últimos instantes.
Como um piano de cauda longa; quanto aos filamentos que me sustentam eu posso somente aproveitar a cada instante que tenho restante antes que o fim se aproxime, antes que a corda se rompa e o final da melodia seja interrompido de maneira incisiva.
Como um piano de cauda longa; até lá tocarei, como Chopin ao compor Nucturne, como Beethoven ao compor fur Elise, se minha existência se findar que seja na excelência, na minha mais pura excelência, no êxtase da minha alegria.
Como um piano de cauda longa; talvez, mas apenas se talvez, os filamentos que me sustentem não se rompam e que minha melodia não seja interrompida de maneira incisiva, se talvez, apenas se talvez tudo fique bem, minha alma gozaria da alegria e satisfação de viver, sentiria a liberdade e o verdadeiro protagonismo do meu ser.
- Autor: Um poema sutil (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 14 de junho de 2021 23:54
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários1
Uau! Belíssimo!!!
Muito obrigado! 🙂
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