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Os animais da floresta respeitavam muito o leão, mas isso foi antes de ele fazer um moicano azul no cabelo. Dessa vez, eles não podiam concordar com um vacilo desses do seu rei.
Aliás, por coincidência, a majestade se chamava Temer. Sendo assim, os outros animais resolveram protestar contra ele, pendurando várias faixas entre as árvores.
"Não queremos mais o rei Temer", "Você não respeita as tradições", "Volte com sua juba".
Só que a lei não permitia pendurar faixas contra o governo, apenas anúncios e frases de incentivo.
Então o rei, com seu moicano azul reluzente, foi até o local e rasgou em pedacinhos todas as faixas. Em seguida, foi dormir com um sorriso de orgulho no rosto, crente crente que tinha acabado com seus opositores.
Mas, no dia seguinte, a floresta estava tomada por faixas de novo. Dessa vez, elas diziam: "Temer jamais".
Então, o rei, ao saber daquilo, ficou muito bolado e foi falar com os seus conselheiros: "Não é possível, vou lá novamente e acabar com essa bagunça". Mas seus conselheiros disseram: "Você não pode".
"Ué, mas por quê?"
"Porque, pela lei, não é um protesto. É só uma frase de incentivo".
Então, o rei pensou: "Temer jamais..., temer jamais... é verdade. Mas que droga!"
Só que, além de pensar, ele não pôde fazer mais nada, porque até o rei, com seu moicano azul reluzente, estava sujeito à própria lei.
Moral da história:
Não desanime no primeiro obstáculo. Se plano A não deu certo, lembre-se: o alfabeto tem 26 letras. E, por via das dúvidas, jamais faça um moicano azul.
- de Rafael Marinho
04/05/2020
- Autor: Rafael Marinho ( Offline)
- Publicado: 4 de maio de 2020 14:32
- Categoria: Fantástico
- Visualizações: 21
Comentários2
Texto muito inteligente descreve uma realidade nua e crua, o problema é quando o plano chegar na letra z.
PARABÉNS
Obrigado pelo comentário!
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