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Quando eu ainda a amava
Eu desejava que ela me amasse
Como eu a amava,
Mas o seu adeus foi uma alforria
Para quem a amava e sofria ao vê-la
Atender com dengo aos que não a amavam
E o passe na roupagem de um adeus
O meu coração apunhalado pelo adeus dela
Usou-o para pegar o trem
Cuja primeira parada era além-solidão,
No império do amor,
Que não tinha nobreza nem exército,
Numa pequena estação onde não embarcava ninguém
Para o fim da linha
Pois seu destino era o de um mar de lágrimas,
Choradas por quem não desceu naquela pequena estação
Mas desembarcavam corações
De homens e de mulheres que queriam amar,
Lá havia um jardim com muitas flores
E uma infinidade de bancos,
Dispostos, cada um assim,
Em frente a várias flores
E os olhos dos que tinham encontrado um amor
Deleitavam-se vendo todas aquelas flores
E suas cores mil,
E as mãos, que acariciavam um amor,
Podiam colher flores para dar de presente, sem nenhum pudor,
Como demonstração de ternura e amor,
Naqueles bancos o que era sonho realizava-se e se amava.
Lá se conseguia amar o amor,
Lá não havia lugar para mágoas e angústias,
Que ficavam no bagageiro do trem,
Depois de ver tanta felicidade
E livre do peso da mágoa,
Que bloqueava as suas asas,
O meu coração andou e voou,
Até a próxima parada do trem;
Mas voltou daquele lugar
Transbordando de esperança e de alegria
E abrigou um novo amor
Com a cor da felicidade,
Que encobriu com o seu manto
O adeus dela
E colocou na janela as flores nascidas de uma semente,
Que ele trouxe de lá,
Para todos verem que, com ternura,
Ele amava novamente.
- Autor: Toio Varuzza (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de junho de 2021 22:05
- Categoria: Amor
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