Ricardo Lisboa

"AURORA"

AURORA

 

A cidade se emudece,

Sob uma gélida cortina matinal.

O crepúsculo banha os telhados ingrimes.

Largados em vielas, dormem tranquilamente os animais.

 

Pelas ladeiras de pedras desuniformes,

A poeira trasita em um caminho disforme

Na busca de uma esquina para se juntar.

 

Ao fundo, em meio a neblina expessa

Surgem taboleiras com suas

Longas saias a varrer o chao

Entoando uma canção de fim lucrativo.

 

O movimento é lento. É triste.

A aurora luta com gélido crespúsculo

Uma batalha intensa.

Me questiono: quem vencerá?

A cortina fria ou raios de sol?

 

Com um olhar miscroscópico

Ponho-me a fitar as sutilezas da rua.

As multicores que se aprofundam,

Na madeira rústica de alem-mar

É sublime seu encontro, sua completude.

 

As singularidades da vida tomam

Meu sensivel olhar na manhã nevadamente acizentada

Uma aranha seu oficio desempenhar

Um orvalho de uma folha escorregar.

 

A batalha é intensa...

A cidade começa a se aquecer.

A tormar forma... a amanhecer.

Movimentos engessados comecam a se acelerar

A neblina gelida e insipida comeca

A se dissipar.

É..., percebo então,

que finalmente amanheceu.

 

 

  • Autor: Ricardo Lisboa (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Maio de 2020 22:21
  • Comentário do autor sobre o poema: Poema especial, que reflete minha ansiedade para vista a uma cidade histórica de Diamantina, Mina Gerais em 2017.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9


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