AURORA
A cidade se emudece,
Sob uma gélida cortina matinal.
O crepúsculo banha os telhados ingrimes.
Largados em vielas, dormem tranquilamente os animais.
Pelas ladeiras de pedras desuniformes,
A poeira trasita em um caminho disforme
Na busca de uma esquina para se juntar.
Ao fundo, em meio a neblina expessa
Surgem taboleiras com suas
Longas saias a varrer o chao
Entoando uma canção de fim lucrativo.
O movimento é lento. É triste.
A aurora luta com gélido crespúsculo
Uma batalha intensa.
Me questiono: quem vencerá?
A cortina fria ou raios de sol?
Com um olhar miscroscópico
Ponho-me a fitar as sutilezas da rua.
As multicores que se aprofundam,
Na madeira rústica de alem-mar
É sublime seu encontro, sua completude.
As singularidades da vida tomam
Meu sensivel olhar na manhã nevadamente acizentada
Uma aranha seu oficio desempenhar
Um orvalho de uma folha escorregar.
A batalha é intensa...
A cidade começa a se aquecer.
A tormar forma... a amanhecer.
Movimentos engessados comecam a se acelerar
A neblina gelida e insipida comeca
A se dissipar.
É..., percebo então,
que finalmente amanheceu.