A JANELA

Carlos Lucena

A JANELA

O sol abre as asas sob o céu
Nuvens brancas e aladas
Se movimentam em carrossel
E eu da minha janela
Vejo o tempo passar
Passa nuvem
Passa o bem-ti-vi a cantar
E vejo o fio de alta tensão
E as andorinhas
Me tiram a tensão
E a atenção
Pela perfilada perfeição
Em que se põem enfileiradas.
Passa carroceiro
Passa motoqueiro
Passa o padeiro.
Passa o roceiro
Com a sua caneta enorme no ombro
Olha, tira o chapéu
E me diz:
- meu escritório tá verdinho de feijão
Vou te trazer uma porção.
- Gosta de jerimum?
Vou te trazer algum!
De novo canta o bem-ti-vi
As nuvens carregadas continuam dançando
O sol se esconde... Reaparece
E eu aqui vivendo
Olhando
Quero mais nada
Nada mais me carece
Só quero mesmo ficar nessa janela.

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de maio de 2021 12:54
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 24
Comentários +

Comentários3

  • Maria dorta

    Vá ficando olhando pela janela sua vida passar. Se isso te realiza...meus parabéns! Mas,só não deixe a banda passar! Ela,você tem que seguir,acompanhar!

  • Eras

    Olhar o movimento e observar a natureza e as pessoas é sempre interessante.
    Belo poema, poeta.

  • Shmuel

    Adorei essa janela! Tão bucólica e gentil.
    Parabéns ao poeta!
    Abraços,



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