...
Vozes habitam meu silêncio
desbravando em ecos
os caminhos vazios de mim
semeando sementes
nos sulcos de minhas feridas
aradas em cortes
cortes dos açoites das vidas
Ouço passos em minha mente
tentam persuadir meus nortes
quem me invade os guetos
e esvai-se por minhas artérias
estala-me ossos, sufoca-me traqueias?
sinto a percussão da marcha, ritmada
perlustram-se minha alma cansada
Sinto a vigília que me persegue
por meu interior e litorais
desde minhas montanhas aos corais
por toda minha extensão essa sensação
por toda minha emoção
este que sou, não me conheço
este que não sou, me reconheço
Aquele que esconde na sombra
das noites do meu ser se espreita
onde encontrar quem me busca?
vozes fazem me armar em luta
atento, apreensivo, percebo a feita
era um dos meus eus rebelde em consciência
da semente que germina insurgência
...
- Autor: Hébron (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 30 de abril de 2021 18:10
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 27
Comentários3
Wow! Que profundo!
Muito poético!!!
Muitíssimo obrigado!
Abraço
Empresta- me tua régua e compasso e assim eu tentaria, acompanhar tua lira,aprendendo a fazer encantadores poemas,supremamento belos ,densos como você com mestria faz!
Maria Dorta, sempre gentil! Obrigado!
AMIGO POETA, QUE BELEZA DE POEMA! A SUA POESIA REMETEU-ME A DOIS GRANDES POETAS BRASILEIROS, EM ÉPOCAS E ESCOLAS DIFERENTETES, AS PRIMEIRAS ESTROFES, A LINGUAGEM CIENTIFICISTA DE AUGUSTO DOS ANJOS E AS ÚLTIMAS, A ANGÚSTIA E SUBJETIVIDADE DE GREGÓRIO MATOS. PARABÉNS, UM ABRAÇO!
Meno, que alegria sua presença e leitura!
Fico até envaidecido com as referências!
Obrigado.
Abraço
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