padrinho e madrinha atendem o telefone porque o tio é preguiçoso
lento e conversa com a televisão desligada
porque a fraternidade fala berrando quando irmãos morrem nas ruas
e os seus amigos são atropelados?
é, intrigante
mas nem tanto
eu abri a janela
o vernto invadiu o quarto
as folhas de caderno voaram
vamos lá, não
desperdice o meu dinheiro
com coisas fúteis,
coloque o óculos, não você fica melhor sem,
melhor colocar de novo se não você vai cair,
pronto, preparado? cheiro de mijo
por favor nos poupe
luzes acesas, o que acha? não?
tem razão, no quarto ao lado tem Mozart
e calor infernal,
oh, meu querido...
antes de tudo, ah! foi um susto...
não, sentença incorreta
se trata do vácuo e do materialismo sem matéria
desculpa?
espirro
o anjo chorando quando o garoto suicida cometeu suicídio ao se jogar na morte que ficava no primeiro andar
e o anjo por ser anjo não pôde fazer nada,
por favor, amor me diga que você prestou atenção naquela sinfonia logo na primeira cena do filme
oh, o fim do mundo e seria tão belo
enfim, estou de partida
para onde, garoto?
para lá
está vendo?
onde as cabras não me insultam
e os porcos comem gente
ah, ok então
tchau!
- Autor: Tales Vieira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 27 de abril de 2021 08:21
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 31
Comentários2
Ah! Que viagem abstrata e interessante. Curioso caminhar neste labirinto de pensamentos.
Entre Mozart, espirros e cheiro de mijo, segue a vida.
Abraços ao poeta,
Hahaha muito obrigado!
Abraço, amigo!
Poema surreal mas por isso provocante. A mensagem nos desafia...o poeta é desafiante.
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