Se sirvo, “eu” existo.
Se faço, “eu” sou visto.
Se não aceito, “eu” sou banido.
Se rejeito, “eu” sou punido.
A máscara é uma simbologia
da farsa humana,
que coloca nos ombros
o peso ascoso da gana.
O fanatismo é uma forragem
que grassa pilhagem e insanidade,
e impõe, sem decência,
a torpeza de uma mercantil credulidade.
Se entrego, “eu” prevaleço.
Se concedo, “eu” permaneço.
Se não disponho, “eu” sou desprezado.
Se contraponho, “eu” sou renegado.
A linguagem é um ícone
do artilhar palavroso,
que deposita nos ouvidos
o noticiar falaz e pernicioso.
O facciosismo é um decomposto
que martiriza e aniquila o ser humano,
e elimina, sem comiseração,
no mais grotesco agir profano.
Se escrevo, “eu” sou detido.
Se exalo, “eu” sou atingido.
Se divulgo, “eu” sou massacrado,
Se não concebo, “eu” sou detestado.
A comunicação é um sinal
do ilusionado compreender,
que desnuda a civilidade
e estabelece o execrar e malquerer.
O subumano fixismo é um traçado
que demonstra o ritmar da parvuleza,
fabricando inquietudes e desavenças,
na mais completa e imensurável fereza.
Se eu conseguir chegar ao fim, “eu” agradeço!
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 12 de abril de 2021 11:41
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
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