Leticia Bahrbosa

A dose


Ah, como me sinto sadia
Como busquei isso dia após dia.
Eu não entendo, mas tomei
Minha vitamina, meu elixir


Ele me contamina, embriaga-me e ensina!
Concerta minha alma, invade, traz energia
E prepara-me para a dor, não aquela que grita,
Mas me fortalece, inflama-me, levita!


És tu meu Deus? O MEU DEUS
Aquele que sonhei e inúmeras
Inúmeras vezes, senti.
O rosto nunca nem vi.
Mas te tive.


A dose,o gole,o sabor...
A bebida inebriante e suave que traz no doce seu fulgor...
Ou um whisky cowboy e seu delicioso amargor?
No tinto,pró seco ou rosê...O vinho mais precioso liberta os monstros do meu ser...
Dança de taças e copos meios cheios e meio vazios...
Me dê mais uma garrafa seu moço,te mostro a magia dessa dose num só ato e te desafio
Me deixe sentir as nuances do seu lado cavalheiro e descobrir seu lado mais vadio...
É só mais um dose que te peço
Depois dessa prosa toda,deixa-me ser teu mais lindo e enigmático verso...


A dose é dosada, embora a vontade não seja!
Beber tudo e mais, embriagar-me a alma, satisfaz!
Então por que dose e não cheia?
Ou será que não é a embriaguez que você anseia?
A lucidez não é antítese da dose,
Mas a embriaguez dá um abraço na cirrose!

Comentários1

  • Jean Luca

    Uma mesa de bar, um som e uma voz recita esse texto no palco. Enfim, uma noite perfeita.

    Parabéns pelo poema!!

    • Leticia Bahrbosa

      Seria um prazer fazer isso com todos os poetas que participaram. Axé.



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