PADRÃO

Marcelo Veloso

 

Eu faço isso ou faço aquilo

e exijo não ser controlado,

nem acostumo com o estilo

de que sou um ser padronizado.

Posso até parecer diferente

mas não sou sobra nem resultado,

digo e faço o que quero

não sou um ser mimetizado.

 

Se o que convence a sociedade

é o programado modelo,

não me agrada tal exemplo,

já que não tenho esse zelo.

E refuto, sem hesitação,

qualquer induzimento em aceitar

que o padrão é esse ou aquele,

seja aqui ou em qualquer lugar.

 

Como tudo tem seu tempo

e os costumes revelam tradições,

pode ser que um dia ou outro eu aceite

uniformidade ou até comparações.

Mas, enquanto posso resistir,

sendo fiel à minha pertença,

reprimo e não aceito a obrigação

de aceitar padrões como uma prensa.

 

É fato, no arrazoado do mundo,

onde a verdade tem sua verve,

que o cidadão se sente acuado

na sociedade em que se serve.

E a revisão de alguns conceitos

são exigidos, sem qualquer equação,

colocando um vetor de propósitos

na exata supremacia do padrão.

 

O padrão se torna uma fôrma formal

que assevera e informa a norma,

confirmando uma espera desinencial.

Ou melhor, se expressa pela pressa,

e compressa, imperioso (com trocadilho),

a um desenho dioso e tutorial.

 

  • Autor: Marcelo Veloso (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de março de 2021 10:59
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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