NO
Não vejo nada às vezes
De repente me surge uma lente
Sem contato e invisível
De imediato vejo um detalhe
Que até parece risível.
Meus olhos...
Às vezes vermelhos
Outras vezes embasados
Apagam o vulto do meu lado
Que eu não vejo no espelho
Olho com os cantos dos olhos
E deveras não vejo
Ou vejo e não olho
Cuidado! Não tropece em mim
Sou míope, mas às vezes vejo o jasmim
A cegueira dos homens que enxergam
É a pior que há
Desnuda seu cérebro
Apaga sua critica
Destrói seus sentimentos
Mesmo ele vendo e revendo
O mundo jogado ao relento
Não consegue se libertar.
Há pessoas que nascem cegas
Mas há aquelas que se tornam cegas
As que nascem cegas veem mais
Veem com ouvidos, olfato, tato..
Imaginam o retrato e seu distrato
As formas lhes são demais
O cego que não se enfrenta com seu sentimento
Torna a aparência o próximo acidente
Os fatos batem nos seus olhos a todo o momento
Mas ele vive do lamento
E as vezes sem seu alimento
Olha, olha, mas não vê
Que o seu sofrimento
Reside muitas vezes naquilo que ele crê.
Abel
- Autor: Abel (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de abril de 2020 00:37
- Categoria: Sociopolítico
- Visualizações: 11
Comentários2
Nossa visão sempre é limitada, mas a humildade nos socorre! Abraços.
O remédio pra nossa limitada visão é a humidade, concordo plenamente.
Belo texto! "O pior cego é o que vê, mas não deseja enxergar..."
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