Do Verbo

Marçal de Oliveira Huoya

Rosas e rosas

Não existem duas rosas iguais

Em conjugações atraentes

Rosas aquietadas, rosas impacientes

Rosas urgentes, rosas acostumadas, rosas surpreendentes

Rosas que versam, rosas que prosam

Rosas no presente do indicativo, no mais que perfeito

No subjuntivo insatisfeito

Que rosam de menos, outras que rosam demais

Rosas diferentes, rosas tradicionais

Rosas de um rosar atrás do outro, rosam de pouco em pouco

Outras que rosam intensamente

E depois a paz

Rosas que rosam sozinhas em solidão mesquinha

Mas que depois rosam com a gente

Rosas que trazem o verbo conjugado

Rosam de cór e salteado

Rosam na ponta da língua, rosam na conta dos dedos

Rosam em silêncio ou com alarde

Rosas que quando eu penso já foi, é tarde

Rosam que rosam tão cedo

Rosas que pedem concentração e exigem paciência

Até uma explosão ou desistência

Rosas da indecência, rosas que arranham

E mordem travesseiros, deliciosos espinhos traiçoeiros

Rosas que rosam afogadas no orvalho e exalam seu cheiro

Rosas que dão tanto trabalho

Mas como é bom ser jardineiro...

  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 9 de fevereiro de 2021 20:28
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 6
Comentários +

Comentários1

  • Shmuel

    Lindo! Verbo rosar...no inglês tô rose. Muito legal seu poema.
    Abraços.



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