Rosas e rosas
Não existem duas rosas iguais
Em conjugações atraentes
Rosas aquietadas, rosas impacientes
Rosas urgentes, rosas acostumadas, rosas surpreendentes
Rosas que versam, rosas que prosam
Rosas no presente do indicativo, no mais que perfeito
No subjuntivo insatisfeito
Que rosam de menos, outras que rosam demais
Rosas diferentes, rosas tradicionais
Rosas de um rosar atrás do outro, rosam de pouco em pouco
Outras que rosam intensamente
E depois a paz
Rosas que rosam sozinhas em solidão mesquinha
Mas que depois rosam com a gente
Rosas que trazem o verbo conjugado
Rosam de cór e salteado
Rosam na ponta da língua, rosam na conta dos dedos
Rosam em silêncio ou com alarde
Rosas que quando eu penso já foi, é tarde
Rosam que rosam tão cedo
Rosas que pedem concentração e exigem paciência
Até uma explosão ou desistência
Rosas da indecência, rosas que arranham
E mordem travesseiros, deliciosos espinhos traiçoeiros
Rosas que rosam afogadas no orvalho e exalam seu cheiro
Rosas que dão tanto trabalho
Mas como é bom ser jardineiro...